domingo, 10 de abril de 2011

Um novo desafio: O que essa tal corrida faz com a gente?



A corrida é um fenômeno social e pessoal impressionante. Apesar da individualidade da sua prática, as pessoas têm comportamentos extremamente parecidos, visto que elas se tornam aliadas, companheiras como se umas fossem responsáveis pelo crescimento das outras. 

Muitos já relataram o quanto ela atua como modificador da vida de um praticante. Desconheço alguém que começou a correr e continuou o mesmo, sem revelar algo de novo na sua vida. Pessoas que me conhecem a mais tempo, chegam a me mostrar como meu comportamento e meu relacionamento com as pessoas mudaram além de toda a transformação física que eu mesmo constatei, isto é, passei de gordinha à elegante, meu colesterol e triglicerídeos apresentam níveis invejáveis, minha disposição para tudo é outra.
A prática da corrida, mais do que tudo, transforma a nossa forma de ver o outro, de sentir as coisas e de encarar a vida. Nos leva sempre à frente, buscamos objetivos, traçamos metas, realizamos desafios inimagináveis.
Nos primeiros momentos, achamos que não conseguiremos correr mais do que 02, 05 ou 10 minutos e quando nos damos conta, ela já nos jogou em uma prova de 05 km. Sensação maravilhosa, e aí vêm os 10, os 15 e de repente ela nos empurra para os 21 km.
E é nesse momento que me encontro. Essa bendita corrida me desafia para os 21 e eu me pergunto: Será que é o momento? O que fazer? Encarar? Ou recuar?



Os receios, os medos e as ponderações tomam meus pensamentos e tornam-se ao mesmo tempo elementos estimuladores. E eu, como uma pessoa movida por desafios, vejo-me pressionada e determinada a ceder a esse estímulo, enfrentar essa nova experiência e procurar construir um novo caminho de dedicação, concentração e determinação.

Serei a partir de agora, mais uma “louca por corridas”, focada na busca dos 21 km de endorfinas a serem lançadas nas minhas veias, desde os treinos até a grande realização, em 17 de julho de 2011.

Tenho a certeza que irei curtir o máximo toda essa preparação e espero completá-la com muito prazer, seja lá em que tempo for, mas com todo o amor que eu tenho por esse esporte que mudou a minha vida.

Agora é hora de lançar mais uma contagem regressiva e envolver muita gente nesse mais novo momento.


Faltam 98 dias para a Meia Maratona do Rio de Janeiro, e eu estarei lá!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

São Silvestre: A realização de um Sonho!

Missão dada, missão cumprida, São Silvestre concluída!

Aquela prova mais esperada e com tantas expectativas passou como um grande divertimento. Foram poucas, mas de todas as provas que já fiz, sinceramente, nada se compara. No início, quando via relatos de outros participantes, em relação à muvuca, pensei que seria complicada, mas pelo contrário, foi simplesmente MARAVILHOSA! Não imaginava que iria me diverti tanto e aqui declaro: Todo corredor brasileiro deve pelo menos uma vez na vida fazer essa prova. É uma prova com a cara do Brasil, pessoas de todos os lugares, diversos sotaques e maneiras de expressar o sentimento de alegria que é participar desse momento mágico: Um verdadeiro Carnaval no último dia do ano.

Pré-Prova: falta 01 dia para a São Silvestre e eu já estou em Sampa.

Fiquei hospedada na casa de Daniel, um excelente anfitrião. No dia anterior, fui retirar o meu kit e à noite participei do jantar de massas com o pessoal do @twittersrun, um grupo de corredores do twitter do qual faço parte e que tive o imenso prazer de transformar amigos virtuais em reais, numa noite extremamente divertida e agradável.



Infelizmente, a Yescom (desorganizadora) do evento, por incompetência, entregou a medalha antes da prova, junto com o kit, causando uma revolta geral, pois fomos duramente ofendidos e desrespeitados com tal atitude. Mas como a São Silvestre é do POVO, partimos para as ruas de São Paulo com toda festa e alegria peculiares a este evento, onde a diversão é garantida.

31/12/2010 Não falta mais nada, chegou o dia!

Uma manhã de descanso, alimentação e hidratação até o momento de partir para a Av. Paulista.
Fui direto à tenda do @twittersrun na companhia do meu grande incentivador e parceiro de corrida Pedro, de Carlos e Vera (nossa fotógrafa oficial). Logo já estávamos na concentração, onde fizemos a festa com os mais variados fantasiados e mais de 21.000 pessoas prontas para enfrentar os 15Km.




Na largada, uma emoção só, um público maravilhoso gritava e aplaudia aquele “bando de loucos”.
Os três primeiros Km, na Consolação, encontrei alguns @twittersrun que não me conheciam pessoalmente e até fotos tiramos. Nas calçadas, era surpreendente o número de pessoas que nos incentivavam, foi de arrepiar.

Não pude deixar de cantar Caetano: “Alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruza a Ipiranga e a Av. São João...” quando ali estava no Km 04.
No Minhocão, fomos recebidos por um morador que colocou caixas de som potentes e saudados com música animada. Ainda no Km 06, recebemos a notícia que Marílson havia vencido a prova e todos gritavam e comemoravam a vitória brasileira na prova que melhor representa o povo brasileiro.  


No km 07, os moradores nos proporcionaram um banho de mangueira refrescante!
Logo, logo chegamos ao Km 10, minha quilometragem máxima realizada em provas e nesse momento percebi que ainda estava com todo gás e disposta a enfrentar os cinco km que ainda nos restavam e agora era que vinha o pior, pois tínhamos que subir tudo o que havíamos descido, e vamos nós agora para as subidas e contemplar o Centro Antigo de São Paulo com seu belo Teatro Municipal, Viaduto do Chá e Largo São Francisco no Km 12.


Não faltava muito e avistamos a tão temida Av. Brigadeiro Luís Antônio e fomos em busca do lanche, atrás do BRIGADEIRO. Àquela altura, pensava que seria difícil enfrentar aquela beleza de ladeira correndo e foi no km 13, que busquei gás caminhando e correndo e assim conquistei meu desafio.
Entrando na Av. Paulista



Finalmente, no Km 14, “a Paulista à vista!” e o público ainda e sempre presente gritava “estão chegando!”. Vencendo o cansaço, entramos tão animados nessa avenida e em fim, cruzamos a linha de chegada, eu emocionada chorava, lembrando da minha família distante pela primeira vez naquela data tão importante e agradecendo a todos que foram responsáveis por essa minha primeira grande conquista!
Tive a satisfação de receber minha medalha, que não foi comprada, mas conquistada com muita alegria, prazer, suor e bolhas nos dedos. 
Completei a prova em 01:50:05, um tempo questionável, mas o que é o tempo para quem não quer mais perder tempo e só ter tempo para correr?...
  
Um agradecimento especial

Esse grande desafio foi um verdadeiro parto, nove meses de preparo com apoio de profissionais que me conduziram bem a essa conquista Triação (Paulinho e Diogo), Bruno da Academia Lia Seixas e a Dra. Célia Neves. Durante todo esse período, fiz todos os meus familiares, amigos, colegas e queridos alunos acreditarem que eu era capaz de superar os 15 km. Eles apostaram nesse sonho e hoje divido com todos a alegria de tê-lo realizado e ao mesmo tempo dizer que esse foi o primeiro de muitos que ainda virão, e podem ficar preparados para verem muitas contagens regressivas...
Para todos um FELIZ 2011!!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A ficha caiu: faltam 90 dias para meu grande desafio e promessa de Ano Novo

Quando comecei a correr, pensava na São Silvestre como uma meta difícil e distante, algo que fazia parte de uma memória de adolescência, quando acompanhava pela TV aquela prova para poucos, fora do meu mundo e da minha realidade, algo inalcançável apesar de bastante interessante e divertida, torcia por aqueles que chegavam. Mas como a maioria dos corredores, ela acabou se transformando em um objetivo.


Comecei 2010, procurando traçar uma estratégia para isso. No início do ano consultei um cardiologista, realizei todos os exames necessários, fui a um ortopedista, fiz até baropodometria (teste de pisada), e todos me liberaram para correr. Em abril, comemorei meu aniversário correndo 5 km no Circuito das Estações Adidas; e a partir daí, resolvi me empenhar. Entrei em um clube de corridas, a Triação e com ajuda de Paulinho, meu treinador, que está sempre me acompanhando, orientando e incentivando comecei a me preparar e acreditar na possibilidade de concretizar meu sonho.



Entre junho e setembro foram muitas provas com sucessos e decepções em relação às minhas condições físicas, tempo e resultados, apesar de todas as provas terem sido completadas e suas devidas medalhas e fotos expostas na minha estante. Penso que devo esquecer os erros, usá-los como experiência e me concentrar em fazer um bom trabalho de preparação e completar bem minha prova principal, a São Silvestre.




Finalmente, em meados de setembro, entrei na academia para preparar e fortalecer meus músculos, projeto antigo e sempre adiado por mim. Terei que rever minha alimentação, e, além de tudo, trabalhar o meu psicológico, pois sei que a prova é dura e devo estar concentrada e tão preparada mentalmente quanto fisicamente.

Quando vi, na internet, a abertura das inscrições, imediatamente procurei fazê-la. A ansiedade era tamanha que tive até problemas com meu cadastro na Yescom. Tudo se resolveu e agora estou devidamente inscrita, ufa!!! Vejo que a dedicação, o compromisso e a garra não podem mais se afastar de mim.



No @twitter, alguns companheiros do @twittersrun, que exercem um papel importante no meu desenvolvimento na corrida, com as constantes conversas  sobre seus desafios e depoimentos de superação, iniciaram um projeto quando faltavam 100 dias para a prova, cada um com uma meta a ser alcançada. Eu também apostei nisso e agora estou disposta a cumprir passo a passo a planilha de treino, a musculação e ainda fazer aulas de pilates, sem deixar nada escapar.


Agora, definitivamente, a ficha caiu e espero que meu empenho e o incentivo de todos, que acabaram entrando nessa minha corrida, principalmente familiares, amigos e alunos, façam com que o dia 31 de dezembro seja especial, com a minha grande meta alcançada e a São Silvestre como um presente de Ano Velho de muito empenho e o início de um Ano Novo com promessas de novos desafios.


sábado, 11 de setembro de 2010

A primeira vez, fora de casa, a gente nunca esquece...

Como tudo começou...


Correr nos surpreende, nos transforma e nos torna dinâmicos. Viajar para correr é um excelente motivo para sairmos da rotina, conhecermos ou revermos lugares e pessoas, portanto nos proporciona novas experiências e certa sensação de liberdade. Foi assim que no feriadão da Independência, resolvi exercer minha cidadania correndo “a primeira vez fora de casa” Um fato que será difícil esquecer.

Os primeiros passos...

Esperei até o último momento para fazer minha inscrição no “Circuito Capital Run”, edição Aeroporto, pois aguardava ser sorteada em uma promoção no twitter, da @capitalrun, mas foi um cearense sortudo que levou a promoção. Acabei fazendo minha inscrição e pela primeira vez usei o nome da equipe @twittersrun. O receio de uma nova experiência me deixou cautelosa, optei em fazer 5 km e acertei. O tempo estava quente e extremamente seco, em torno de 10 a 12% de umidade do ar e este trajeto foi suficiente para uma corrida tranquila e sem contratempos.

A viagem e suas nuances...

Ao chegar em Brasília, fomos recebidas, eu, minha mãe e Vera, por umas peruas do Planalto Central, baianas de coração e amigonas do peito, Ci, Rô e Mary; e por dois baianos que já começam a gostar muito dessa terrinha, Deu e Marina, ansiosos por nossa chegada, pois além de tudo, eu levava na bagagem minha querida sobrinha Bibi, que além de matar as saudades do paizão, nos enchia de alegria.











No Sábado, pela manhã, fomos buscar o kit, conhecer o palácio dos baianos e pela primeira vez fazer um piquenique, por sinal muito farto e delicioso, e ainda contar com a presença de pessoas muito especiais. Perfeito!


No Domingo, 05/09, como um ritual constante antes das provas, acordei cedo e me preparei. Fomos logo para o Aeroporto, onde aconteceu o evento, com tempo suficiente para tirar fotos, alongar, hidratar e sentir o clima maravilhoso entre os corredores.










Desta vez, tive a satisfação de ter a companhia de Deu, o paizão saudoso, que resolveu me dar uma força e testar seus limites também, pois não corria desde maio.

A corrida e suas impressões...

Foi dada a largada e partimos em um ritmo leve até o km 01, quando, ao aproveitar uma longa descida, aumentamos o passo e diminuímos nosso tempo, chegamos a ser multados em uma barreira de velocidade, própria para automóveis e bastante comum nesta cidade.
Voltando à realidade, o percurso estava fácil demais para ser verdade, logo, logo o caminho inverso nos levou a uma longa subida, com o sol castigando, mas a organização se preocupou com a hidratação e a água nos salvou. Seguimos bem, vendo os aviões chegando e partindo, cada um com seu destino e objetivo, assim como nós, e o nosso era curtir a prova e chegar bem.

No km 03 um grupo do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da polícia militar) nos ultrapassou e com suas cantigas animadoras nos fez aumentar o ritmo e seguir até o km 05. André, o Deu, se surpreendeu, pois na verdade a prova tinha 5,3 km. Com muita alegria ultrapassamos a linha de chegada, vencendo a seca e o calor que tanto nos preocupava.

A família e os amigos nos esperavam e faziam uma torcida barulhenta, saudando esses baianos vencedores de seus desafios no Distrito Federal.

Depois da obrigação...

Depois foi só curtir as festas e comilanças nas casas de amigos: no domingo, um churrasco na Tertúlia, casa da Sol; na segunda, uma galinha da terra com pequi na casa da Lia e Lucinha, e no final do dia, o café da noite com dona Alice (mãe da Ci); na terça, uma feijoada na casa do Lourival e para fechar com chave de ouro, uma noite de queijos e vinhos com a presença de Janine e Cibele. Todos sempre dispostos a nos proporcionar uma estada maravilhosa e cheia de alegrias. No retorno a bagagem veio cheia de saudades e com a certeza de que: “A primeira vez, fora de casa, a gente nunca esquece”...  tenho ou não tenho razão???